domingo, 16 de novembro de 2008

Soneto a quatro mãos


Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala de amor em mim foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado

Tão pródigo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra meu próprio dar demasiado

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu,antes não desse

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano

Vinicius de Moraes e Paulo Mendes Campos

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